Quatro textos a ver
1) . O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento de 2022 (PNUD) que vem sob o tema “tempos incertos, vidas instáveis”, deixa claro “que sem uma drástica
mudança de rumo, podemos estar caminhando para ainda mais privações e
injustiças”.
Anos atrás, em 1990, este mesmo organismo mundial mostrava a relação
entre os 5% mais ricos e os 5% mais pobres que era em 1960, de 1 para
30; em 1990 saltou de 1 para 60 e em 1995 de 1 para 74. Atualmente o
fosso entre ambos deve ter se agravado muito mais. Qual é o sistema dominante no planeta que conduz a estes resultados ? Facebook de Janos da Silva
2 “Se você não desconfiar dos média, eles o farão amar o opressor e odiar o oprimido. " Malcolm X Facebook de Jorge Nunes
2)INDA HAVERÁ MUNDO DAQUI A UM MÊS?
- pergunta Miguel Sousa Tavares (no Expresso de 14/07/2023= Facebook de A. Barroso
Vilnius
foi, de facto, uma cimeira histórica. De uma assentada, tivemos a
Suécia a tornar-se o 32º membro da NATO, depois de ultrapassada a
resistência da Turquia e depois de sepultada a longa tradição sueca de
país de refúgio para os exilados políticos das ditaduras — no caso, os
curdos da Turquia, talvez o povo mais injustiçado do mundo, traído sem
vergonha pela Suécia. Tivemos ainda a Turquia a ir mais longe,
entregando à Ucrânia quatro comandantes da batalha de Azovstal
capturados pelos russos, que os deixaram ficar à guarda dos turcos com a
condição de não serem devolvidos à Ucrânia — é Erdogan a mudar de lado,
a favor da NATO, e não se sabe ainda a troco de quê. Tivemos Zelensky a
participar na cimeira como membro de pleno direito e a ver — embora não
tenha conseguido já a adesão formal apesar das suas insistências
constantes e públicas — a Ucrânia ser dispensada no futuro do MAP, o
Plano de Acção para a Adesão, a que todos os países da NATO são sujeitos
antes de serem aceites. E vimos um silêncio pesado da maior parte dos
membros sobre a decisão dos Estados Unidos de fornecerem bombas de
fragmentação (as sinistras e célebres cluster bombs), cujo uso está
interdito por uma convenção internacional de que a maioria dos membros
da NATO é signatária. E, finalmente, e já previsto, viu-se a NATO a
reforçar outra vez as garantias de defesa e armamento fornecido à
Ucrânia, confirmando aquilo que é um facto evidente: se a Ucrânia,
formalmente, ainda não está na NATO, a NATO já está na Ucrânia — e não
apenas desde o início da guerra, mas desde 2014.
Como
seria de esperar também, em lado algum, em palavras algumas, vindas de
alguém, escutámos o mais pequeno esboço de um desejo, uma ideia, por
mais tímida que fosse, de um plano para discutir nem sequer a paz, mas
uma hipótese de paz. Não sei o que se passa ou o que se pensa do lado de
lá; do lado de cá parece-me claro que a doutrina unânime é só parar a
guerra com a derrota total da Rússia, o que inclui a retoma da Crimeia.
Pensar que isto será possível, que a Rússia se deixará esmagar e
humilhar, retirando-se sem transformar a derrota numa catástrofe,
parece-me um plano de loucos, cegos pela ambição de não perderem o que
julgam uma oportunidade única de pôr a Rússia de joelhos. Sem
consequências devastadoras. É o velho sonho do general Patton, de
continuar de Berlim até Moscovo. Só que isso foi em 1945, antes das
armas nucleares e quando a Rússia já estava de joelhos devido à guerra
contra a Alemanha.Mas eles é que sabem. A nata dos dirigentes
ocidentais, o selecto grupo de Vílnius, deve saber o que faz e o que
arrisca. Ou, pelo menos, devemos rezar por isso. Só que, às vezes, tudo
parece mais uma questão de fé do que leitura da realidade — exactamente o
mesmo erro que cometeu Putin quando decidiu invadir a Ucrânia, julgando
que tudo não passaria de uma “operação militar especial”. Quando a
ofensiva russa começou a patinar e, em especial, quando a Ucrânia lançou
a contra-ofensiva do Outono passado, os “especialistas” da NATO
anteviram a derrota russa ao virar da esquina e os políticos passaram a
exigir nada menos do que isso; qualquer conversa sobre terminar a guerra
ou falar de paz foi banida do discurso oficial. Mas, depois, os
“especialistas” também não entenderam porque se assanhavam tanto os
russos na batalha por Bakhmut, uma povoação sem importância estratégica,
quando o que deveriam ter questionado era porque o faziam os
ucranianos. Porque, enquanto os russos sacrificavam ali as tropas do
Grupo Wagner, desgastando os ucranianos, mais atrás o exército regular
russo preparava a defesa contra a tão anunciada contra-ofensiva
ucraniana. A História deveria ter ensinado aos “especialistas” que os
russos sempre foram melhores a defender do que a atacar. E agora, sem
disfarce possível, a contra-ofensiva marca passo. Por isso é que, depois
de ter pedido sucessivamente os lança-mísseis múltiplos de longo
alcance HIMARS, os tanques Leopard, os F-16 e todas as munições
disponíveis nos stocks da NATO — com os quais a guerra garantidamente
seria ganha —, Zelensky pede agora mísseis de longo alcance para alvejar
a Rússia, bombas de fragmentação e a protecção do artigo 5º do Tratado
da NATO — ou seja, tropas combatentes da NATO na Ucrânia para finalmente
o ajudarem a ganhar a guerra.
Para já, Joe Biden
teve a sensatez de dizer “não”. Mas já vimos este “não, por enquanto”,
acabar por se transformar num “sim, seja”, quando os fantásticos dotes
de persuasão de Zelensky conseguem fazer perder a cabeça aos líderes e
às opiniões públicas. Mas que não haja ilusões, porque Putin já o disse e
isso consta da doutrina nuclear da Rússia, como da das outras potências
nucleares: no dia em que o território russo for atacado e a sua
sobrevivência ameaçada, ele carrega no botão. Isto não é um jogo de
estratégia nem de bons contra maus. É um jogo de vida ou de morte. Não
podemos ir de férias descansados.
4)
Ucrânia: na ONU, jornalista denuncia "esquema Ponzi" em benefício de traficantes de armas
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