O que dissemos e as transcrições feitas em "Kursk uma cidade demasiado longe", mostraram-se corretas. Moscovo foi novamente apanhado desprevenido, continuando a considerar a guerra que mantém uma "operação militar especial" (OME). Desde meados de 2022, que tal deixou de ter significado real. O que se passa é uma guerra do ocidente coletivo contra a Rússia em que a Fundação Rand estabeleceu a estratégia para resolver o “problema russo", através das sanções suicidas para a UE e uma guerra na Ucrânia com a participação da NATO, apoiando-se em organizações nazis que controlam e oprimem a população. Chamam a isto: "defender a democracia".
A Ucrânia não existe como Estado, é sustentada económica, financeira e militarmente pelos EUA e UE/NATO, desde 2014 que está falida. A agressão a Kursk foi planeada com a participação técnica e material da NATO, pelo que falar de ataque da Ucrânia não faz sentido. Manter a ilusão de uma OME não é apenas uma maneira de dizer, pior é uma maneira de pensar que só leva ao desastre. A demissão do conselheiro de política de informação do Ministro da Defesa, confirma-o
O que leva a Rússia a persistir na ficção da OME será por um lado o desejo de Putin evitar a todo o custo uma guerra com a NATO, mantendo uma guerra de desgaste, esperando que com o tempo o outro lado ceda, ao mesmo tempo que alarga e fortalece as relações internacionais, mantêm a sua população o mais possível tranquila e poupa as forças militares.
É risível que este ataque aconteça sem que ninguém desse por isso. Moscovo cometeu mais uma vez o erro de ir confiando em acordos tácitos e narrativas do ocidente. Manter uma simples guarda de fronteira de recrutas levou a uma tomada de prisioneiros, apresentados como vitória da Ucrânia pelos media ocidentais. Contudo, tomar território sem atingir uma infraestrutura crítica como a central nuclear de Kursk, é um gasto de tropas e equipamentos que, mais cedo ou mais tarde, será revertido. Enquanto isso, todos os tipos de esperanças são vendidos no ocidente tentando restaurar o moral e apoio do público para prosseguir a guerra. La zanahoria de la derrota – Rebelion
Moscovo começou a sonhar com a "disponibilidade" para negociações; a perspetiva da presidência de Trump; tensões (reais ou imaginárias) entre Washington e Kiev; nas narrativas de alguns media sobre "o colapso" do exército ucraniano - que o bem avisado gen. Carlos Branco contrariou.
Em Kursk não há propriamente uma linha de frente: há sector que o gen. Carlos Branco disse ser de uns 400 km2 (e não 1000 ou mais), donde pequenos grupos fazem incursões. Os 10 ou 12 000 militares intensamente treinados e armados pela NATO, não exclusivamente ucranianos não vão ser facilmente desalojados e entretanto tomaram - pelo menos parcialmente - Sudzha e destruíram umas pontes sem significativas consequências para o desenrolar da operação.
Os ganhos da NATO são sobretudo propaganda e Zelensky aproveitou para reforçar as medidas de recrutamento e aumentar o número de recrutas fisicamente aptos para 150 a 200 000 soldados, um exército que a os EUA e a UE/NATO têm de abastecer. Zelensky, a ofensiva ucraniana e o "mistério" dos 10.000 homens (legrandsoir.info)
As FAR não deslocaram efetivos significativos para Kursk, prosseguindo, o que tem sido a sua orientação, uma guerra de desgaste. Durante os combates na região de Kursk, as forças ucranianas perderam mais de 3 460 militares, 50 tanques, 25 veículos de combate de infantaria, 45 veículos blindados de transporte de pessoal, 262 veículos blindados de combate, 115 veículos, cinco sistemas de mísseis antiaéreos e sete lançadores múltiplos de foguetes. (Geopolítica ao vivo – Telegram 18/08) Entretanto no Donbass as FAR continuam a avançar persistentemente.
A força de incursão não mostra ser capaz de penetrar com consistência em novas áreas e desenvolver novos eixos de progressão apesar das tentativas ainda incessantes. Operam dentro dos limites máximos de uma “zona cinzenta” formada nos primeiros dias. As vias da incursão inicial ficam cada dia mais complicados e inviáveis com a ação da artilharia e da aviação russa.
A Ucrânia é um buraco sem fundo que já consumiu centenas de milhar de milhões de dólares desde fevereiro de 2022. A sobrevivência do clã de Kiev e o fluxo colossal de corrupção Ocidente Coletivo-Ucrânia precisam de justificativas para não parar. Um lucrativo esquema de corrupção em moldes parecidos manteve EUA/NATO no Afeganistão 20 anos. A Guerra na Ucrânia é demasiado lucrativa para ter um fim à vista.
Militarmente a invasão de Kursk é absoluta estupidez; as perdas materiais e humanas desse ataque não podem ser repostas a curto prazo, comprometem ainda mais outras frentes em que os ucranianos estão há meses na defensiva e perdendo terreno; algumas das unidades mais poderosas e bem equipadas das FAU estão sendo ceifadas nesta operação - O Inexorável Desastre da Ofensiva Ucraniana em Kursk – Comunidad Saker Latinoamérica (sakerlatam.blog)
O que não pode ser posto de parte é uma provocação sobre as centrais nucleares em Zaporizia e Kursk como opção para os fautores de guerras.
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