A ofensiva de Kursk: uma manobra sem sentido -JOHN J. MEARSHEIMER
15 DE AGOSTO
Responsible Statecraft acaba de publicar um simpósio abordando a questão: “O que realmente significa a integração da Ucrânia na Rússia?”
Aqui está a minha contribuição: a invasão de Kursk pela Ucrânia foi um grande erro estratégico, que irá acelerar a sua derrota. O factor-chave para o sucesso numa guerra de desgaste é a relação perda/troca, e não a conquista de território, que obceca os observadores ocidentais.
A relação baixas/trocas na ofensiva de Kursk está a favor da Rússia por duas razões.
Primeiro, causou relativamente poucas baixas russas porque o exército ucraniano invadiu efectivamente território indefeso.
Depois, uma vez alertada para o ataque, Moscovo rapidamente mobilizou um enorme poder aéreo para contrariar o avanço das tropas ucranianas, que estavam em campo aberto e fáceis de atacar. Não é de surpreender que as forças atacantes tenham perdido muitos soldados e grande parte do seu equipamento.
Para completar, Kiev retirou as principais unidades de combate das linhas da frente do leste da Ucrânia – onde são desesperadamente necessárias – e integrou-as na força de ataque de Kursk.
Esta decisão inclina ainda mais a favor da Rússia o já desequilibrado rácio de vítimas em relação ao número de feridos nesta frente de importância crucial.
Não é de surpreender – dada a ideia estúpida da incursão de Kursk – que os russos tenham sido apanhados de surpresa.
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