Ao fim de dez meses o que seria uma "mera" expedição punitiva (mais uma) de Israel contra os "animais humanos" palestinos em que nem mulheres nem crianças são inocentes, com a compreensão dos "bons espíritos" da "democracia liberal", transformou-se num (mais um) atoleiro económico e militar do ocidente. Os EUA ao mesmo tempo que proclamam apoio a Israel, repetem apelos para os intervenientes não escalarem o conflito, leia-se: não façam mal a Israel, senão... Este "senão" nem Washington sabe bem o que seja.
Os israelitas à semelhança do seu patrono os EUA supunham-se um país excecional, no direito de atacar os que não se ajustassem às suas políticas e ficarem impunes. Os povos estão fartos desta arbitrariedade e o patrono perdeu a excecionalidade. A situação criada por Israel, tornou-se uma armadilha para o ocidente isolando-o de mais de 50 países e 2 mil milhões de muçulmanos.
O conflito teria sido resolvido se os Estados Unidos não tivessem vetado as propostas de cessar-fogo: em Gaza morre-se de bombardeamentos e balas, mas também pela retenção dos fornecimentos de água, alimentos e medicamentos.
Porém, Israel falhou todos os seus objetivos: erradicar os palestinos de Gaza, libertar os reféns e eliminar o Hamas. Em 1 de julho, apenas três dos 24 batalhões do Hamas estavam incapacitados, oito estavam prontos para o combate. Os 13 restantes com perdas consideradas pesadas passaram a ações de guerrilha, mas o Hamas continua a recrutar novos combatentes, restaurando capacidade de combate. ( Intel Slava Z – Telegrama 06/08)
Com isto, a economia de Israel degrada-se rapidamente. O Banco de Israel vendeu 8 500 milhões de dólares desde outubro e estimou que até ao final de 2025 o conflito custe 70 300 milhões de dólares. O PIB contraiu 19,4% nos últimos três meses de 2023. Os portos estão vazios, a força de trabalho é insuficiente devido à intensa mobilização de reservistas, a moeda perde valor. Os colonos retirados do norte e sul do país são uma despesa acrescida, praticamente não há investimento estrangeiro, o turismo desapareceu, os países muçulmanos boicotam produtos produzidos por Israel.
O descontentamento e a crescente insegurança invade a população. Cerca de 470 mil israelitas deixaram o país desde 7 de outubro, para países como Canadá, Austrália e RU. A dependência dos EUA é total, mas torna-se cada vez mais difícil os EUA encontrarem fundos para sustentar Israel - além da Ucrânia.
Os EUA estão profundamente implicados no genocídio israelita embora a obediente retórica dos média tente demonstrar o contrário. O mundo vê o Congresso e o Senado aplaudirem repetidamente Netanyahu; no CS da ONU, os EUA vetaram todas as resoluções sobre cessar fogo e recentemente os EUA, o RU e a França bloquearam uma declaração proposta pela Rússia condenando o assassinato do líder político do Hamas.
Os EUA fornecem milhares de milhões de dólares em armas a Israel – incluindo 14,3 mil milhões em ajuda militar adicional para complementar os 3,8 mil milhões de ajuda anual. Segundo o Washington Post, os EUA concentraram 12 navios de guerra na região, incluindo o porta-aviões Theodore Roosevelt, outros cinco navios de guerra estão no Mediterrâneo Oriental. Mas os EUA têm evidenciado fragilidades: na guerra contra os Houthis, por cada drone de 5000 dólares dos Houthis, os americanos gastaram um míssil de 2 milhões; as bases dos EUA no Iraque e na Síria têm sido atacadas.
Quanto a Israel, se no passado não conseguiu vencer o Hezbollah, uma guerra com o Irão será muito mais complicada. A capacidade de resposta, económica, industrial e militar, de Israel iria rapidamente esgotar-se, ao enfrentar um país com 87 milhões de habitantes, tendo de defrontar uma guerra em várias frentes.
Israel conta com a intervenção direta dos EUA, uma situação com todos os contornos de se tornar descontrolada. Na preparação deste cenário, o Irão desenvolveu esforços diplomáticos, garantindo o apoio dos países islâmicos e uma missão russa chefiada por Shoigu foi a Teerão delinear a entrega do que Moscovo tem no seu arsenal tanto para defesa (S-400) como ataque, algum material já entregue.
A situação é portanto muito complicada também para os EUA (a UE/NATO não contam, são meros ecos), dado que a ligação entre a Rússia, Irão, China, RPD da Coreia é agora deveras profunda para se permitirem a queda de qualquer um.
O Irão possui um enorme arsenal de mísseis balísticos, de cruzeiro e hipersônicos, bem como alguns dos modelos mais avançados de outras munições em enormes quantidades. Deste arsenal constam os hipersônicos de alta precisão Fattah, Mach 13 a 15 e uma versão planadora Fattah-2, ambos intocáveis para os sistemas de defesa aérea existentes. O Irão também possui uma grande frota de caças e drones
Ao fim de dez meses de farronca e ameaças, a única coisa que Israel e os EUA conseguiram, com a sua loucura foram crimes e devastação, com Netanyahu dizendo que Israel "enfrenta dias difíceis" mas está "pronto para enfrentar qualquer cenário".
Tudo isto prenuncia um conflito, que Israel não será capaz de vencer, mesmo com as suas bombas nucleares - que levariam à sua própria destruição assim que fizesse uso - evidenciando o resultado das políticas esquizofrénicas dos EUA e lacaios.
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