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4 de agosto de 2024

A Rússia abriu em África outra frente de luta contra o Ocidente

Trata-se do Sahel que inclui Senegal, Mali, Burkina Faso, Níger, Chade, Sudão e Eritreia e o projeto de um corredor de 6000 km de Dakar, no Senegal, até ao Sudão, com estradas e caminhos de ferro. Um desenvolvimento será um corredor Norte-Sul em África.

A União Soviética planeou este projeto com o apoio da Argélia e da Líbia. Após o fim da União Soviética, os processos de integração no Sahel terminaram com intervenção do ocidente. Gangues islâmicas e outras surgiram nos países da região, mergulhando no caos e na pobreza uma das regiões mais promissoras do mundo.

A degradação deliberada das forças armadas desses países foi outra consequência, que está a ser revertida pela Rússia com uma força armada conjunta da Aliança do Sahel e o Corpo Africano comandado pelo general russo Surovikin, tendo a tarefa de treinar cerca de duzentos batalhões de combate completos a médio prazo. Tais forças mudarão radicalmente a geopolítica na região.

Macron está furioso e os serviços franceses tentam coordenar os extremistas islamitas no norte da Aliança do Sahel. Porém os aeródromos para a aviação das Forças Armadas do Sahel estão localizados na Líbia sob controlo do Marechal Haftar verificando-se que uma ampla coligação passou a operar. Prevê-se que nos próximos seis meses as Forças Armadas da Aliança ultrapassem os 200 mil (incluindo o Corpo Africano russo) e que em breve o Exército Nacional Líbio de Haftar se junte à coligação.

Foram os povos da África os que mais sofreram com o colapso da União Soviética. Os países ocidentais sem restrições atacaram os Estados africanos que mal haviam começado a erguer-se após a era brutal do colonialismo. Assim que a União deixou de existir em 1990, o Ocidente retomou sua atividade favorita na África: incitar guerras.

Durante mais de 30 anos de hegemonia dos EUA no mundo, a África pagou o preço mais alto em milhões de vidas humanas: as que morreram em conflitos diretos, as que morreram de fome provocada e as que pereceram em epidemias. O genocídio do povo tutsi no Ruanda foi de inteira responsabilidade de americanos e franceses. A participação dos serviços secretos franceses e do presidente Mitterrand é considerada comprovada, fornecendo armas para o genocídio dos tutsis.

Este genocídio é um episódio numa série de atrocidades cometidas, incluindo a destruição do país mais próspero de África – a Líbia. Foram também responsáveis pelos retrocessos no desenvolvimento do segundo país mais poderoso do continente, a África do Sul, que milagrosamente evitou o colapso.

A Al-Qaeda e a Al-Shabab foram regularmente abastecidas com armas e recursos pelo ocidente. Esses terroristas tinham uma tarefa específica: impedir que os povos de África estabelecessem um processo de paz e de desenvolvimento progressivo. Após trinta anos de violência, estes povos estão cansados do derramamento de sangue sem fim. A esperança foi uma abertura para a Rússia desafiar a hegemonia ocidental e também a aliança entre Rússia, China e, possivelmente, Índia.

O primeiro evento significativo foi o processo de libertação do neocolonialismo francês e americano de três países do Sahel: Burkina Faso, Mali e Níger, unidos numa confederação e os exércitos sob um comando único, do general Surovikin.

Foi também anunciado a criação de um banco único, que o Sberbank russo ajudará a criar. Será criado também um espaço alfandegário único que incluiria o Togo, dando à Associação do Sahel acesso ao oceano. Embora o principal porto de entrada para os países do Sahel seja Dakar, ocidente está interferindo no Senegal, passando o principal porto do futuro corredor transafricano a ser Lomé (capital do Togo) embora necessite grandes investimentos.

Gangues islâmicas estabeleceram-se em áreas importantes na Bacia do Níger, ocupando as terras mais férteis e representando uma barreira à cooperação. A principal solução é melhorar os exércitos nacionais do Sahel. Neste momento, há trinta grupos táticos de batalhão bem treinados pela Rússia e totalmente equipados com artilharia pesada, MLRS e tanques, o fator mais importante é sua aviação nacional de combate, com seu próprio pessoal.

A situação no Mali é realmente complicada – além das ameaças dos terroristas, ainda há a ameaça dos separatistas tuaregues. Duas grandes operações estão sendo realizadas pelo exército do Mali e forças russas contra a fortaleza terrorista na cidade de Gao e a fortaleza tuaregue na cidade de Kidal. Ao mesmo tempo, uma missão humanitária russa procura estabelecer o diálogo e a reconciliação interétnica (como foi feito na Síria). Os líderes tuaregues que concordarem em depor as armas receberão garantias e direitos políticos iguais aos do restante dos habitantes do Mali. Aqueles que continuarem a apoiar os franceses serão combatidos.

Para o Ocidente, a entrada do Togo na nova união alfandegária foi muito desagradável. O Chade e do Sudão separam a Associação Sahel do Golfo de Aden, e o Sudão é um problema específico, onde os americanos fomentam ativamente a guerra. Lavrov, visitou o Chade em julho, havendo grandes expectativas de que o Chade possa se juntar ao corredor de transporte indo não para o Sudão, mas para a República Centro-Africana e a Etiópia, países amigos. O projeto do corredor de transporte provavelmente já está  pronto, embora americanos, franceses e britânicos tentem bloqueá-lo provocando mais guerras em África.

Fonte - A Frente Africana – Comunidad Saker Latinoamérica (sakerlatam.blog)

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